Por Anne Fisher, Fortune Magazine
Colaboração: Dr. Ivan Misner, BNI Founder
Pode estar na hora de revirar aquela gaveta cheia de cartões de visita.
Cara Annie: Ao longo de 21 anos na área de marketing e gerenciamento de marca, construí uma network muito boa de contatos, conexões no LinkedIn, etc. Mas, em 2012, meu irmão faleceu de repente e eu voltei a morar em nossa cidade natal, para assumir o negócio da família que ele deixou. Agora que sua filha mais velha o está administrando (treinada por mim), eu gostaria de me mudar de novo, voltar para a cidade em que trabalhava antes, e voltar à minha antiga área de trabalho. O problema é que perdi contato com todo mundo que eu conhecia. Eu poderia simplesmente contatar as pessoas e, do nada, dizer, “Oi, lembra de mim?” Mas isso me parece muito estranho. Você tem alguma sugestão de como posso fazer isso? – Afastado
Prezado Afastado: Você não é o único a querer saber. Quase todos que saem da ativa por mais de alguns meses (por motivos médicos, por exemplo, ou para cuidar de crianças pequenas) é assombrado pela perspectiva de tentar se reconectar. E não é só isso, mas muitos de nós que nunca se afastaram, têm gavetas cheias de cartões de visita, ou pilhas de arquivos de clientes antigos, que seriam valiosos se não fosse a estranheza de, como você diz, ligar para as pessoas “do nada”.
Ivan Misner ouviu algumas variações da sua pergunta tantas vezes que escreveu, como coautor, um livro sobre isso, Avoiding Networking Disconnect: The Three R’s to Reconnect. Misner é o fundador da organização de networking BNI.com, que atualmente tem 200.000 membros em 7.400 grupos no mundo inteiro. Do ponto de vista dele, procurar colegas antigos, clientes de outras épocas, e outros velhos conhecidos não precisa ser estranho de maneira alguma – contanto que você não os procure para pedir alguma coisa. “É uma questão de intenção,” diz Misner. “Entrar em contato” “do nada” não tem nenhum problema, se você não tiver motivos ocultos. Ou pelo menos, um que não seja imediato.”
Por outro lado, continua ele, pedir um favor, um emprego, ou uma referência logo de cara é um erro “épico”. “Você precisa acumular um pouco de capital social primeiro,” diz ele. “Tenha algumas conversas. Descubra o que as pessoas estão fazendo no momento, e o que seria ideal, se há algo que você posa fazer por elas. Eu me surpreenderia se eles não ficassem satisfeitos por terem tido notícias suas.”
Na verdade, alguns de seus antigos colegas de trabalho podem estar se perguntando para onde você desapareceu. Mas não toem como pessoal se a capacidade de outras pessoas de lembrar esteja um pouco mais confusa. Se estiver em dúvida se alguém vai conseguir lembrar de você imediatamente, Misner diz, ajuda começar contando rapidamente onde ou como vocês se conheceram.
Mais três dicas de para reconectar:
—Reduza seus contatos a um número administrável. Mesmo quando temos milhares de “amigos” no Facebook, o número de relacionamentos reais que podemos administrar limita-se a 150. Esse é o chamado Número de Dunbar, em homenagem ao antropólogo inglês Robin Dunbar, que descobriu que o cérebro humano (mais exatamente o neocórtex) não consegue lidar de maneira eficiente com mais que isso.
“Algumas pessoas têm um pouco mais de 150, e outras têm bem menos,” observa Misner. Nisso e em tantas outras coisas, a qualidade prevalece sobre a quantidade. “Você não consegue ficar em contato com todo mundo que conheceu”, diz ele. “Então, descubra com quem você realmente quer voltar a entrar em contato, e por que.”
—Preste atenção em como cada pessoa da sua network prefere se comunicar. Para ajudar a fazer sua reentrada o mais suavemente possível, tenha em mente que cada um lida de um jeito com a mesma tecnologia. “Algumas pessoas nunca respondem e-mails, mas mande a elas uma mensagem de texto e pronto – lá estão elas. Outras gostam de falar ao telefone, ou Skype,” diz Misner.
Misner aprendeu flexibilidade tentando manter-se atualizado com seus filhos adultos, que na maior parte das vezes entram em contato com ele através do SnapChat, e na seção de comentários de jogos online. “Quando você tem uma ideia de qual é a preferência de alguém, faça uma anotação a respeito,” aconselha ele. “Estar na mesma frequência, por assim dizer, simplesmente facilita muito manter contato.”
—Sempre que possível, tente encontrar as pessoas pessoalmente. As mídias sociais, especialmente o LinkeIn, podem ser valiosas. Mas nada se compara a passar um tempinho conversando realmente cara a cara de vez em quando. Uma das dicas de networking favoritas de Misner: “Sempre que estiver viajando a negócios, procure quem você conhece na cidade onde vai ficar e veja se essas pessoas podem encontra-lo, mesmo de for para um cafezinho rápido.”. Uma pessoa que você tiver visto cara a cara causa uma impressão mais marcante que uma que você nunca conheceu. Não é para nada que os membros do BNI do mundo inteiro fazem reuniões presenciais semanais.
Todas essas sugestões, aliás, podem ser úteis para qualquer pessoa que esteja pensando em trocar de emprego. As pessoas muitas vezes ficam tão ocupadas com seu trabalho atual que deixam o networking escapar, observa Misner. “Mas se você achar que pode querer fazer uma mudança em seis meses ou um ano, comece a reconstruir sua network e investir algum tempo nela agora,” diz ele. Assim, você terá bastante capital social acumulado antes de precisar fazer retiradas.
Discussão: Se você já teve que se reconectar a uma network, o que acha que o ajudou? Existe alguma coisa que você recomendaria não fazer? Deixe um comentário abaixo.